Em uma típica terça-feira da virada, ou "turnaround tuesday", como se diz no mercado internacional, os futuros da soja operam em campo positivo na manhã de hoje (27), após as baixas da sessão anterior na Bolsa de Chicago. A commodity subia, por volta das 7h20 (horário de Brasília), entre 2 e 2,50 pontos nos principais contratos. Dessa forma, as referências para as safras dos EUA e do Brasil - respectivamente o novembro/16 e o maio/17 - eram cotados a US$ 9,47 e US$ 9,65 por bushel.
O momento agora é, de fato, de pressão sobre as cotações com o chamado "efeito safra", como explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. Dessa forma, com condições melhores para a colheita nos EUA e a chegada efetiva da safra americana, os preços começam a ceder. "Não há nada de 'extraordinário' nesta momento", completa.
Além disso, os números atualizados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trazidos no final da tarde de ontem, mostraram que a conclusão da colheita da soja em 10% da área norte-americana até o domingo (25). O índice, apesar de ficar dentro da expectativas de 8 a 10% do mercado, está bem abaixo dos 17% registrados no mesmo período de 2015, e fica aquém ainda dos 13% de média dos últimos cinco anos.
O mercado, ainda segundo explicam analistas e consultores, deverão continuar acompanhando essas informações, bem como as condições de clima e as previsões climáticas para a continuidade dos trabalhos de campo. Ao mesmo tempo, o clima ganha espaço também nas discussões sobre o plantio da safra 2016/17 do Brasil. Com as pancadas de chuvas dos últimos dias, a semeadura da soja parece ganhar um pouco mais de ritmo na região Centro-Oeste.
No principal estado produtor do grão, Mato Grosso, a semeadura já estava completa em 1,20% da área projetada para essa temporada até o final da última semana, de acordo com levantamento elaborado pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). No mesmo período do ano anterior, o índice era de 0,55%.
Fonte: Notícias Agrícolas