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SAFRA 2016/2017
Venda de sementes de soja na reta final
26/09/2016 - 13h09min
De acordo com entidades do setor, oferta é suficiente para atender a demanda, mas pagamentos estão atrasados.

Com o fim do vazio sanitário, produtores começam a plantar a soja onde o clima é favorável. No mercado de sementes, Carlos Ernesto Augustin, presidente da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), afirma que a comercialização ocorreu dentro do esperado. As vendas aconteceram em ritmo normal, mas o que não acompanhou os anos anteriores foram os pagamentos, diz. O atraso, segundo ele, tem como causa a falta de liquidez do produtor após a última safra.

Leonardo Machado, secretário-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Abrass) verifica o mesmo cenário em outras regiões. Você tem muitos produtores que sofreram perdas no ano passado, enfrentaram demora na liberação do crédito rural e tudo isso resulta no atraso dos pagamentos. Apesar de não ter um dado oficial, Machado afirma que o número de contratos atrasados é significativo, o que não deve preocupar os sementeiros. O produtor que está em débito deve quitar a compra da semente para que possa plantar de forma normal, diz.

De acordo com Augustin, o pagamento precisa acontecer para que se dê sequência às entregas. Não é nem má vontade do produtor de sementes liberar ou não liberar. Acontece que ele não pode entregar a mercadoria sem antes receber porque tem que devolver esse dinheiro para o banco. Só assim é feita a liberação da semente que está carregada no estoque, explica.

Oferta e demanda - A essa altura, não mais de 5% da produção de Mato Grosso ainda está por ser comercializada. O resto já foi, e esses 5% vão atender repiques falhas, como a gente fala ? e substituição de sementes salvas, que o produtor vai plantar e eventualmente não vão nascer, afirma Augustin, da Aprosmat.

A fim de atender a demanda por replantio, em função de falta de chuvas, por exemplo, Machado afirma que existe a preocupação de manter um estoque de sementes. A produção é bastante ajustada com a demanda, mas sempre temos um estoque para auxiliar os produtores de todo o país. O que pode acontecer é a dificuldade de encontrar alguma cultivar mais procurada, diz.

Nos últimos anos, segundo Machado, a procura por variedades de ciclo curto aumentou em função do interesse dos produtores em aproveitar a janela para plantio do milho safrinha. A produção de sementes de soja no Brasil é da ordem de 35 milhões de sacas de 40 kg, sendo que 7 milhões são produzidas em Mato Grosso.

Qualidade do produto - A recomendação das associações é de que o sojicultor sempre compre sementes de produtores licenciados. A gente sabe que a ameaça de pirataria está aí e que pode parecer uma tentação, num momento de recursos mais escassos, recorrer a essa alternativa, o que é um tiro no pé lá na frente. É comprar um produto sem garantia, procedência, sob risco de ter problemas com a safra.
Outra preocupação é quanto ao uso de sementes salvas. Segundo Augustin, existe muito agricultor que está deixando de fazer uso de semente própria por não ter tido resultado de qualidade esperada.

É um direito do produtor usar a semente salva, mas essa semente não vai ser produzida como é produzida uma semente certificada, vai ser armazenada de outra forma e não terá garantia. Quando começar a safra ele vai ver que está usando um produto de qualidade inferior ao que deveria. Para quem precisa auferir lucro para manter seu negócio, é um barato que sai caro, diz Machado.

Augustin lembra que quem opta pelo uso tem prazo para fazer sua declaração de inscrição de área para produção de sementes de soja ao Ministério da Agricultura, o chamado Anexo 33. No caso de Mato Grosso, eles têm até 15 de fevereiro do ano que vem.

Por: Marina Salles

Fonte: Portal DBO
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